Brasília – Uma faixa com os dizeres “Brasil, Terra de Santa Cruz, de Nossa Senhora Aparecida, contra a matança dos inocentes” da Associação dos Fundadores evocava a tradição católica para combater a legalização do aborto numa marcha que lotou a Esplanada dos Ministérios no dia 15 de agosto p.p.. Com efeito, a Marcha Nacional em Defesa da Vida reuniu um público de seis a oito mil pessoas que percorreu, animado pelo som de três grandes caminhões, o trecho que vai da Catedral até o Congresso Nacional.

Capitaneada pelo Movimento Brasil Sem Aborto, e agrupando pessoas de sete estados além do Distrito Federal, os organizadores distribuíram milhares de bandeirinhas ostentando o veemente repúdio dos brasileiros ao aborto. A uma voz de comando proveniente do carro de som, a multidão repetia em alta voz slogans anti-abortistas. As inúmeras faixas portadas por manifestantes indicavam os muitos grupos ali presentes. Um dos cartazes dizia: “Deputados: os Srs. prestarão contas a Deus pelo seu voto”.

Foi marcante a presença de grupos católicos paroquiais de todo o Distrito Federal, destacando-se um deles que conduzia enorme faixa segurada por mais de dez pessoas. A Associação dos Fundadores, fiel à sua luta sem tréguas a todas as formas de desagregação da sociedade, marcou presença na manifestação, realçando com suas faixas as origens cristãs do Brasil, e a gravidade do pecado que significa a aprovação do assassinato de inocentes.

Tendo saído da Catedral às 17 horas, a passeata fez uma pausa em frente ao Ministério da Saúde, para deixar uma mensagem de repúdio às declarações pró-aborto do Min. José Gomes Temporão: “Aborto não; desiste Temporão!” foi o brado dos manifestantes. Por volta das 18,20, reuniram-se todos em frente ao Congresso Nacional, onde a multidão fez novamente ecoar seu inteiro repúdio ao aborto, o que serviu de desfecho à Marcha. Uma pífia manifestação de movimentos pró-aborto, contando menos de 20 pessoas, vestidas de roxo e portando tímidos cartazes, esboçou alguns passos em frente à Catedral; mas passou quase despercebida.

A marcha deixou patente a grande rejeição do povo à descriminalização do aborto. Os políticos, certamente, agirão com mais cautela para não desgostar o eleitorado. Cabe aos dirigentes dos diversos movimentos anti-abortistas – sobretudo ao Clero Católico, que tem em suas mãos o maior dos potenciais contra a aprovação do aborto – a grave responsabilidade de levantar em massa os brasileiros contra tal pecado, no momento mesmo em que todas as cartas são jogadas no sentido de impor ao Brasil tamanha abominação.

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