Tropelias da esquerda agrária


08/11/2005

A caminho do Zimbábue — A África do Sul anunciou que forçará pela primeira vez um fazendeiro branco a vender sua propriedade para um projeto de Reforma Agrária. A decisão da desapropriação foi divulgada pela Comissão de Restituição dos Direitos à Terra. A vítima da desapropriação, Hannes Visser, disse que vai contestar judicialmente a decisão (“BBC Brasil”, 23-9-05). A África do Sul corre o risco de se tornar um novo Zimbábue, onde a implantação da Reforma Agrária, com o conseqüente desrespeito à propriedade privada, trouxe a fome à população.

Tentando mostrar força — Em 26-27 de setembro o MST invadiu 28 escritórios do INCRA, 9 do Banco do Brasil, 7 pedágios e 9 fazendas (“O Estado de S. Paulo”, 28-9-05). Tentativa de mostrar que ainda está vivo, após período de inatividade forçada devido às dificuldades por que vem passando seu padrinho, o governo Lula. Quanto às invasões de sedes do INCRA, não têm maior significado, uma vez que o grosso dos dirigentes desse órgão são afins com o MST. É como se o demônio invadisse e ocupasse o inferno. Preocupa entretanto que nada aconteça com os invasores quando ocupam propriedades particulares, bancos, pedágios. É a impunidade mais completa.

Depredadores — Cerca de 300 militantes do MST invadiram a sede da Usina Aliança, no município do mesmo nome na Zona da Mata pernambucana. Quebraram grades, arrancaram a fiação e acabaram por incendiar a casa-grande, o galpão e uma área de canavial. A usina Aliança está desativada (“O Estado de S. Paulo”, 26-9-05).


O presidente Chávez, da Venezuela, admira o trabalho do MST e levou Stédile para apoiar a Reforma Agrária em seu país

Chávez e Stédile — O líder máximo do MST, João Pedro Stédile, conclamou os agricultores venezuelanos a ocupar terras sem esperar pela Reforma Agrária. A proclamação subversiva foi feita durante o programa dominical de Chávez, Alô, Presidente!, transmitido de uma das quatro fazendas que sofreram intervenção do governo venezuelano. O líder do MST elogiou Chávez pela luta contra o latifúndio, e Chávez também disse admirar o trabalho do MST no Brasil. A Reforma Agrária na Venezuela, como em outros lugares, fere o direito à propriedade privada (Cfr. “O Estado de S. Paulo”, 26-9-05).

Bispo ameaçou suicidar-se — Entidades como CUT, pastorais da CNBB, MST e UNE estão assumindo posição contrária à transposição das águas do rio São Francisco. Sem entrarmos nos aspectos técnicos do problema, cumpre salientar a tentativa, propulsionada e gerenciada pela esquerda católica, de produzir um movimento nacional de protesto que una as forças de esquerda no Brasil. Foi parte saliente da orquestração a greve de fome do bispo de Barra (BA), D. Luís Flávio Cappio, que ameaçou chegar até o suicídio por falta de alimentação, se não conseguisse seus objetivos. Como se sabe, qualquer forma de suicídio é condenada pela Igreja, por se tratar de um ato gravemente imoral que compromete a salvação eterna de quem o pratica. D. Cappio celebrou missa num sítio localizado a 4 km da cidade pernambucana de Cabrobó, tendo a seu lado D. Tomás Balduíno, presidente da CPT (Cfr. “O Estado de S. Paulo”, 5-10-05).


D. Luís Flávio Cappio ameaçou chegar até o suicídio, caso o governo continue seu projeto de transposição das águas do rio São Francisco

Pífias manifestações — Na Praça dos Três Poderes, em Brasília, houve manifestação a favor de D. Cappio por parte de um grupo de padres, freiras e integrantes de movimentos ditos “sociais”. Em Belo Horizonte, os religiosos não conseguiram reunir mais do que 200 pessoas. Em Cabrobó (PE), onde o bispo fez sua greve de fome, a maioria da população não apóia sua causa. Faixas lembram que “a transposição abastecerá 12 milhões de nordestinos”.

Veja:
http://www.catolicismo.com.br/

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