Torre de Belém


26/06/2013

Plinio Corrêa de Oliveira

A beleza artística coincide com a utilidade militar

 A Torre de Belém, em Lisboa, de tal maneira causa a impressão de ser um castelo, e não uma simples Torre, que até se poderia perguntar como uma Torre pode ser tão bela! Ela ostenta a pompa e a imponência de um castelo de conto de fadas, com sua pedra branca que brilha ao sol.

As paredes da Torre são lisas, mas a monotonia delas é remediada pelas pequenas janelas geminadas, divididas por um arco gracioso, e o terraço. Também ajudam a quebrar a monotonia as guaritas, bem nos ângulos da Torre. Temos então reunidos, numa superfície pequena, uma sobrecarga de ornatos que lembra uma caixa de joias, um escrínio. Assim, ficamos com a sensação de uma harmonia perfeita.

Consideremos as ameias em torno da Torre. Eram destinadas aos guardas que vigiavam a edificação, concebida para a defesa de um ataque adversário. Ela apresenta também uma série de escudos com a Cruz de Cristo, lembrando as glórias do reino. A beleza artística coincide com a utilidade militar.

No alto da Torre, com dimensão menor do que ela, ergue-se um torreão mais estreito, que possibilita a ronda dos guardas. Mas, além da razão militar, há uma vantagem estética.

A primeira linha de defesa da Torre é o terraço. Em baixo, notam-se pequenas aberturas gradeadas, indicando a presença de calabouços. A largura do terraço tem uma certa relação estética com a altura da Torre, mais ou menos como a rainha estaria para a cauda de seu vestido. A rainha de pedra tem uma cauda de pedra, olha altiva para a cidade de Lisboa e, dominadora, encara o mar.

No terraço, quando partiam as esquadras portuguesas para as conquistas ultramarinas, o próprio rei comparecia para apreciar a partida da armada. Às vezes acompanhado da rainha, de membros da família real, da Corte, de prelados, guerreiros, magistrados, todos esplendidamente vestidos. Eles ocupavam os terraços dos quais pendiam tapeçarias. O colorido era magnífico! Pode-se imaginar a beleza do cenário com aquelas naus avançando com o estandarte e a Cruz da Ordem de Cristo nas velas. A esquadra, com vários navios passando diante de El Rei, os navegantes fazendo reverências, tiros de obus disparados e as naus desaparecendo aos poucos nas águas do rio Tejo e depois no Atlântico.

Por essa Torre passou a esquadra de Cabral, que iria introduzir no mundo essa realidade chamada Brasil!

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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 15 de janeiro de 1977. Sem revisão do autor.

Veja:
Revista Catolicismo

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