Não à cubanização do Brasil!


26/06/2013

Hélio Dias Viana

 Como se já não bastasse a importação pelo Brasil dos péssimos “produtos 1,99” da China, com os seus irreparáveis danos à economia nacional ainda não suficientemente computados, chegou a vez de o governo petista, numa medida ressumando chavismo, anunciar sua intenção de “importar” 6.000 médicos cubanos.

Em se tratando de saúde e fazendo abstração da conotação comunista de muitos de tais médicos — cujos grandes contingentes que atuam hoje na Venezuela são vistos como membros do exército cubano ou agindo sob as ordens deste — constitui sumo desdém o fato de um governo que se pretende popular entregar a saúde do sofrido povo de regiões recônditas e das periferias das grandes cidades do Brasil a médicos totalmente despreparados.


O presidente Hugo Chávez no ato de boas-vindas aos novos médicos cubanos, parte dos milhares que chegaram à Venezuela para a Missão Bairro Adentro

Para dar dois exemplos recentes de “grandes líderes” tratados em Cuba, é só recordar que o Coma-andante Fidel Castro apelou para médicos espanhóis para continuar sua vida vegetativa, e consta que o mesmo sucedeu com Hugo Chávez, embora de modo tardio, pois de início ele parece ter acreditado na propaganda sobre a medicina da Revolução. Ou seja, a elite comunista não confia nos médicos formados pelo regime cubano e por isso se faz tratar por profissionais estrangeiros.

Ora, são precisamente esses médicos que se quer agora “importar”. De um lado, isso causaria aos incontáveis profissionais brasileiros, presentes e futuros, um dano análogo ao provocado pelos produtos chineses às nossas indústrias. De outro lado, e muito mais grave, entregaria a saúde de incontáveis brasileiros — a qual não é um “produto” qualquer — nas mãos de incompetentes “médicos 1,99” que, incapazes de curarem os corpos, são eficientíssimos em contaminar as mentes.

E, crescendo de ponto, por mais grave que seja o cuidado da saúde pessoal de inúmeros brasileiros entregue a tais médicos, todavia muito mais grave é a “saúde da Nação” em face do caráter ideológico da inusitada “importação”. Tanto mais quando sabemos que a Venezuela de hoje, por razões análogas, se tornou um virtual protetorado cubano, com milhares desses médicos espalhados por todo o seu território, monitorados in loco por cerca de meia dúzia de generais que ditam normas em pontos vitais daquela nação.

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Encontramo-nos assim diante de uma ofensiva multiforme e continental do eixo bolivariano e de seus coadjuvantes, preocupados talvez em apressar o passo diante da perda de Hugo Chávez — e, sobretudo, da crescente rejeição de seus postulados revolucionários pelas respectivas populações. Eles querem nos “presentear” agora com um Cavalo de Tróia, não da Grécia com os seus inúmeros problemas atuais, mas de Cuba com os seus problemas eternos derivados do regime comunista ali vigente.

Nessas condições, todos os brasileiros — de modo particular a nossa classe médica, a exemplo do que algumas de suas entidades representativas vêm fazendo — necessitam reagir com energia, dentro da lei e da ordem. Fazendo-o, estarão colaborando para preservar a soberania do Brasil e a saúde física e mental de nossa população, tão infensa à subversão e desejosa de ser tratada com competência e carinho, coisas que os médicos cubanos, por falta de capacidade profissional e excesso de formação ideológica, são incapazes de proporcionar.

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Mas este não é um problema isolado, o que o torna ainda muito mais preocupante. Com efeito, tal plano de “importação” coincide com a tentativa de revitalização das famigeradas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Empreitada de fins pouco claros que, após um semi-silêncio de cerca de três décadas, a CNBB chamou novamente a si, delegando-a, pelo visto, nada menos que ao Frei Beto, o grande amigo da Revolução cubana e instigador da subversão religiosa no Brasil e no Continente.

Tal revitalização foi tema prioritário da recente assembleia da CNBB em Aparecida, e Frei Beto anda no presente momento pelo Nordeste, como participante oficial de simpósios sobre o assunto, a exemplo dos organizados pelas Arquidioceses de Maceió e Natal. Ora, as CEBs, que atuaram como verdadeiros soviets, são um dos péssimos frutos da Teologia da Libertação. Desta falsa teologia da qual o próprio José Dirceu declarou certa vez ter ouvido diretamente de Fidel Castro em Havana a afirmação de que se ele a tivesse conhecido antes, teria evitado muitos erros para a Revolução comunista cubana. 

 Não se pode, por outro lado, deixar de recordar que em 1983 o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira escreveu, juntamente com os irmãos Gustavo e Luís Solimeo, o importante livro: As CEBs, das quais muito se fala e pouco se conhece — A TFP as descreve como são, a partir de cuja larga divulgação por todo o Brasil as referidas CEBs encolheram.

Concluindo, nós nos encontramos diante de uma tentativa desesperada de um assalto final das esquerdas religiosas e políticas, com a finalidade de conquistar o Brasil e a América Latina para o comunismo. E tanto a “importação” dos médicos cubanos quanto a preocupante tentativa de revitalização das CEBs constituem elementos de suma importância nesse plano.

Veja:
Revista Catolicismo

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